Alex Kurzem mudou-se para a Austrália em 1949 e guardou durante décadas os segredos do passado, agora revelados no livro "A Mascote".
"Eles deram-me uma farda, uma pequena arma e uma pequena pistola", disse à BBC.
"Eles pediamme para fazer pequenos trabalhos - engraxar sapatos, trazer água ou acender a lareira. Mas o meu principal trabalho era entreter os soldados. Fazê-los um pouco mais felizes."
Naquele dia, a sua mãe, o seu irmão e a sua irmã foram mortos. Alex ficou escondido na floresta, tentando não fazer nenhum barulho. Depois que os tiros pararam, ele procurou ajuda. "Eu batia nas portas das pessoas e eles davam-me pedaços de pão, mas diziam-me para ir embora. Ninguém me acolheu", disse Alex.
Depois de nove meses na floresta, um homem entregou-o à polícia local, que mais tarde foi incorporada nas SS nazistas. Naquele mesmo dia, havia pessoas estavam nas filas para serem executadas e Alex pensou que havia chegado a vez dele.
"Havia um soldado perto de mim e eu perguntei: 'Antes de você me matar, poderia me dar um pedaço de pão?' Ele me olhou e me levou para trás do prédio da escola. Examinou-me com cuidado e viu que eu era judeu. 'Isto não é bom', ele disse."
"Olha, eu não te quero matar. Mas se eu te deixar aqui, vais morrer", disse o soldado. "Vou levar-te comigo, dar-te um novo nome e dizer ao outros soldados que és um órfão russo."
Em 1944, quando os nazistas estavam perto da derrota, Alex foi entregue a uma família da Letónia. Cinco anos depois, ele conseguiu chegar à Austrália e decidiu manter o seu passado
Depois de visitar a vila onde ele nasceu, na companhia do seu filho Mark, eles descobriram que o seu nome verdadeiro era Ilya Galperin e recuperaram um filme no arquivo da Letónia
Redacção:7FM Fonte: BBC Brasil
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